O chocolate, o queridinho da Páscoa, tem suas raízes nas terras tropicais das Américas Central e do Sul. Segundo uma lenda asteca, Quetzalcoatl, deus lunar, subtraiu uma árvore de cacau da terra para presentear seus amigos com uma iguaria divina. Os indígenas locais produziam uma bebida escura, chamada tchocolath, com as sementes fermentadas do cacau, costume levado à Europa por Fernando Cortez, conquistador espanhol. Intrigado com suas propriedades, Cortez descreveu ao imperador Carlos V sua capacidade de sustento impressionante. O botânico sueco Carlos Linnaeus, influenciado, classificou o cacaueiro como theobroma cacao, do grego theo (deus) e broma (alimento).
INDUSTRIALIZAÇÃO
As primeiras fábricas de chocolate surgiram na Espanha e França no século 16, utilizando apenas cacau e açúcar. Em 1870, o suíço Daniel Peter, inspirado pelo químico Henri Nestlé, que inventara o leite condensado, introduziu o leite na receita, originando o chocolate ao leite.
NO BRASIL
No Brasil, o cacau foi introduzido em 1746, prosperando na Bahia. As plantações deram origem aos “coronéis do cacau”, inspirando obras de Jorge Amado. A primeira fábrica brasileira, fundada por imigrantes alemães em 1891, foi seguida pela Lacta em 1912, Kopenhagen em 1928 e Garoto em 1929. A Nestlé começou a produzir chocolates no Brasil em 1959.
Grandes empresas como a Cargill foram atraídas pela matéria-prima abundante. Entre 1986 e 1990, o Brasil foi o segundo maior produtor mundial, mas agora está em sétimo lugar, com capacidade ociosa nas indústrias moageiras. A introdução criminosa da vassoura-de-bruxa causou o declínio das plantações, porém, em 2016, um plano foi lançado para dobrar a produção em 10 anos.
O consumo per capita de chocolate no Brasil é de 2,5kg/ano, enquanto na Suíça, Áustria e Alemanha é superior a 7kg/ano. O país viu um aumento nas chocolatarias artesanais, seguindo a tendência “Bean to Bar”, valorizando a origem da matéria-prima e as características do chocolate de cada região, em paralelo ao que ocorreu no mundo do vinho.
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