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AMIZADE

por Nicole Corrêa Roese

Lembramos neste sábado, dia 20 de julho, o dia do amigo e da amiga.

Como todo dia é dia de alguma coisa, pode parecer só mais uma data dentre tantas outras. Mas é verdade que em outros anos este dia vinha carregado de um significado mais profundo. Quando a comunicação entre as pessoas era mais complexa pelas distâncias, era uma data para superar barreiras geográficas com um cartão ou carta recordando e reafirmando laços. Os correios tinham mais trabalho. Era também um momento de revisão de vida. Olhar no entorno e perguntar-se com quem poderíamos de fato contar, em qualquer circunstância. Um dia para confirmar braços e abraços.

A data é mais recente na história e o propósito não era apenas comemorar vínculos entre duas pessoas. Foi instituída e reapropriada com o propósito de desencadear uma cumplicidade universal para com a vida. Não era para celebrar a relação com aquela pessoa que está mais próxima e concordando com tudo o que a gente faz, massageando nosso ego. A defesa deste dia como uma marca previa um re-conhecimento na importância de uma cultura de paz e aproximação entre as pessoas. Foi com este propósito que em 2011 a ONU decretou um dia internacional da amizade inspirado em iniciativas vizinhas nossas, na Argentina e no Paraguai. Permaneceram divergências na data, mas não no propósito: aproximar pessoas por um caminho de compromissos e num espírito de paz.

Não sinto, nestes anos recentes, o mesmo movimento que presenciamos em outros momentos. Talvez porque é demarcado por gestos e não presentes. Quando a demarcação é materializada o interesse é maior numa sociedade de consumo que a a investir em divulgação. Quando o que fala mais alto é o gesto o interesse publicitário é mais tímido.

Deixo aqui essa provocação: parar e pensar quem é que está ao nosso lado com braços e abraços constituindo uma relação de cumplicidade com a vida e com o bem viver. Abraçar pessoas e mostrar que a paz e o amor, mesmo na diferença, são caminhos promissores. Muitos de nós perdemos amigos e amigas por divergências e crenças nestes últimos anos. Cultivamos ódio. Porque também perdemos a dimensão da vida como uma dádiva para ser vivida e compartilhada.

Mas sempre é tempo de re-ver e re-viver. O dia da amizade bate à porta como oportunidade.

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