Evento cancelado em 2024 devido a enchente no RS, retoma colorindo o céu da “Capital Nacional do Balonismo”.

Foram mais de 700 dias de espera para a comunidade Torrense e os amantes do balonismo. Após um evento que contou com a participação da Esquadrilha da Fumaça em 2023, a expectativa era grande para o festival de 2024. Mas devido a enchente no Estado, a 34ª edição foi cancelada. O primeiro dia de evento até aconteceu, mas com os shows e voos cancelados.
O festival, que é considerado o maior da América Latina da categoria, traz anualmente milhares de pessoas para a cidade para prestigiar os shows dos balões e das atrações musicais. Neste ano, vão se apresentar no palco principal Nando Reis, Isadora Pompeu, Michel Teló e Os Fagundes.
A história iniciou em 1989, ou por algumas transformações e foi se adaptando ao longo dos anos. Neste ano, a cidade se apresenta pela primeira vez, em um festival, de forma oficial, como a Capital Nacional do Balonismo.
COMO TUDO COMEÇOU
O festival nasceu em 1989, a partir de uma ideia do Sindicato dos Hoteleiros da cidade em parceria com outros empresários locais. O objetivo deles era trazer um evento novo, que movimentasse a economia local. Na época, o único festival que acontecia na região era a Febanana, evento agrícola que teve duas edições em Torres, mas que não teve continuidade.

O primeiro evento de balonismo foi um sucesso, apesar do mau tempo. O 1º Festival Sul brasileiro de Balonismo, ocorreu entre os dias 7 e 9 de outubro daquele ano e contou com a participação de 10 balões. Porém, os ventos e chuvas do mês de outubro não eram muito apropriados para os voos de balão. Por isso, logo na sua segunda edição, o festival ou por duas transformações importantes. A primeira foi na data de realização, que acabou sendo transferida para o final do mês de abril e início do mês de maio, período do ano em que o tempo e a temperatura são mais agradáveis para quem voa de balão. A segunda foi o nome do festival, que acabou ficando mais objetivo e se tornou apenas “Festival de Balonismo”.
A mídia apoiou a ideia do balonismo na região, com uma grande repercussão nos principais veículos de comunicação da época. Na terceira edição do Festival de Balonismo, Torres já era conhecida como a cidade do balonismo. Pessoas de diversos locais começaram a visitar o município para observar os balões no céu, as competições e atrações oferecidas pelo evento.
A expectativa dos idealizadores havia sido alcançada. Ao longo dos anos, o sucesso do Festival de Balonismo entrou numa crescente. Em 1999, o evento se tornou internacionalmente reconhecido e mudou seu nome para Festival Internacional de Balonismo. Hoje pessoas do mundo inteiro vêm para ver ou participar do evento.
A realização anual do festival impacta diretamente na geração de emprego e renda para o município e a região. Apesar da sede do evento ser no Parque do Balonismo, os balões sobrevoam todo o município, o que faz com que a comunidade em geral viva o clima da festividade.
O empresário e piloto, Reni Pinho, acompanha o Festival desde a primeira edição e relata a sua história com o evento.
“Participei desde o primeiro como visitante. Depois, por volta de 1995, comecei a participar com o CTG Porteira Gaúcha, onde fazíamos algumas apresentações. A partir de 2002 entrei no Festival como patrocinador, com a minha empresa. Com a entrada da minha filha como piloto em 2011, me motivou e eu comecei a participar como piloto, a partir de 2012. Hoje faço parte da Federação Gaúcha de Balonismo, que vai organizar as provas técnicas e sou também Vice-Presidente da Confederação Brasileira de Balonismo. Fico muito feliz de poder ajudar fazendo parte das organizações e realizar alguns sonhos”.
CAPITAL NACIONAL DO BALONISMO
O município de Torres foi considerado a Capital Nacional do Balonismo por determinação da Lei Federal 14.808, sancionada em janeiro deste ano. O título vincula definitivamente o município gaúcho à prática esportiva e cultural, consolidando a repercussão nacional e internacional do festival.

PROVAS E COMPETIÇÕES
Caça a Raposa – Competidores irão seguir um balão raposa e tentar jogar a marca o mais próximo ao alvo em X colocado pela raposa não mais que 02 metros na direção do vento em relação ao cesto após o pouso. O resultado é a distância do ponto de medição da marca ao alvo em X. A menor distância é melhor.
Prova da Chave – Nesta prova é colocada a chave de um carro 0 km, fixada no alto de um mastro de 6 a 10 metros de altura do chão. Todos os concorrentes decolam de uma distância mínima de 3 quilômetros do local de onde está o mastro e o objetivo é, sem tocar no solo, apanhar com as mãos a chave do carro. Esta é a prova mais emocionante, pois os pilotos am com os seus balões bem pertinho do chão para poder apanhar a chave.
Flyin – Competidores irão procurar o seu próprio local de decolagem e tentar jogar a marca o mais próximo do alvo previamente marcado ou do alvo em X. O resultado é a distância do ponto de medição da marca ao alvo em X, se colocado, ou do alvo. A menor distância é melhor.
Gordon Bennet memorial (GBM) – Competidores irão tentar jogar a marca dentro de uma(s) área(s) de pontuação o mais próximo a um alvo previamente marcado. O resultado é a distância do ponto de medição da marca ao alvo em X, se colocado, ou do alvo.Menor distância é melhor.
Mínima Distância (min) – Competidores irão tentar jogar a marca o mais próximo do local comum de decolagem, depois de ter voado um mínimo de tempo definido. O resultado é a distância do ponto de medição da marca ao ponto de decolagem. A menor distância é melhor.
Ao Alvo com Janela de Tempo (CRAT) – Competidores irão tentar jogar a marca dentro de uma área válida o mais próximo de um alvo previamente marcado. A(s) área(s) de pontuação terão períodos de tempos específicos de validade. O resultado é a distância do ponto de medição da marca ao alvo em X, se colocado, ou do alvo. A menor distância é melhor.
Alvo Declarado pelo Juiz (JDG) – Competidores irão tentar jogar a marca próxima a um alvo previamente marcado. O resultado é a distância do ponto de medição da marca ao alvo em X, se colocado, ou do alvo. A menor distância é melhor.
Flyon (FON) – Competidores irão tentar jogar uma marca o mais próximo de um alvo selecionado por ele mesmo e declarado por ele durante o vôo. O resultado é a distância do ponto de medição da marca ao alvo declarado. Menor distância é melhor. O competidor deverá escrever claramente na sua marca anterior o seu alvo declarado para o fly on.
Valsa da Hesitação (HWZ) – Competidores irão tentar jogar a marca próxima a um dos vários alvos previamente marcados. O resultado é a distância do ponto de medição da marca ao alvo em X mais próximo, se colocado, ou do alvo. A menor distância é o melhor.
BALÕES
O Festival contará com competições de balões esportivos em diversas provas e com apresentações de balões em formatos inusitados, que farão a festa ainda mais divertida e colorida. Neste ano, cerca de 80 balões estão participando das provas. Há também o Night Glow, onde todos os pilotos juntam-se e iluminam a noite com suas máquinas acesas pelas chamas dos maçaricos.
CAMPEÕES
O primeiro campeão do Festival de Balonismo, lá em 1989, foi Orlando Genicolo Filho. O ano de 1999 não teve campeão, pois não houve provas. Por questões climáticas os balões não decolaram naquele ano. O maior campeão do evento é Sacha Haim, que é octacampeão da competição. Haim conquistou seus cinco primeiros títulos de forma consecutiva, de 2001 a 2005. Os outros títulos foram nos anos de 2009,2011 e 2012.
A cada edição, o Festival de Balonismo apresenta um número maior de pilotos mulheres. No ano de 2006, Gabriela Slavec ficou com o título da competição.
A piloto Flávia Souza relata a emoção de estar participando do festival e representar as mulheres no evento.
“Meu 4º ano participando como piloto. E estar mais um ano podendo voar no maior festival de balonismo da América Latina e um dos maiores do mundo e com certeza uma é emoção misturada com realização, poder dividir o céu junto com tantos grandes pilotos e um deles meu esposo, só gratidão. Poder representar outras mulheres é muito emocionante e estar em meio a mais sete outras pilotos me faz sentir uma felicidade sem tamanho. Poder levar para mundo que nós mulheres podemos voar mais alto é surreal”.
Na edição de 2025, serão oito mulheres voando no céu de Torres, um recorde para a cidade.

NOVIDADES PARA 2025
Para a 35ª edição do evento, a organização preparou algumas novidades, como o período em que o parque estará aberto, que agora abre as 8 horas da manhã e segue até às 23 horas. Outra novidade é para a criançada, que terá um espaço para elas, gratuito. O Festival deste ano terá 100 balões colorindo o céu da cidade, além de 10 balões de forma.
De acordo com o Secretário de Turismo de Torres, Gabriel Mello, para a esta edição haverá também a maior premiação da história, com prêmio superiores a R$ 100 mil em equipamentos e mais um carro, avaliado também em R$ 100 mil.