Home Especial Começaram as comemorações dos 200 anos da igreja São Domingos

Começaram as comemorações dos 200 anos da igreja São Domingos

por Melissa Maciel

Única igreja do Litoral Norte tombada como patrimônio histórico do Rio Grande do Sul, desde 1983.

A Igreja São Domingos é a primeira construída no trecho litorâneo entre Laguna/SC e Osório/RS. Além disso, é a terceira mais antiga do Litoral Norte gaúcho, pois a primeira foi construída em Santo Antônio da Patrulha e a segunda em Osório. A edificação da igreja foi iniciada entre 1819 e 1820 e inaugurada em 25 de outubro de 1824. No próximo ano, ela completará 200 anos.

Todo dia 25 de cada mês ocorrerá uma missa votiva | Everton Cardoso

Para celebrar o bicentenário, a Paróquia São Domingos abriu o ano jubilar na última quarta-feira, 25 de outubro, com uma programação especial, uma missa campal e um desfile que percorreu algumas avenidas do centro de Torres e apresentou figuras ilustres e momentos significativos da história da igreja.

Além disso, uma programação extensa marcará as comemorações ao longo do período até o aniversário de 200 anos em 25 de outubro de 2024.

De acordo com o pároco da Paróquia São Domingos, Pe. Leonir Alves, “Celebrar 200 anos é comemorar a história de vida de inúmeras pessoas e reconhecer a importância da Igreja, não apenas para os católicos, mas também para Torres e sua região. A cidade foi construída a partir dela.”

INICIATIVAS NO ANO JUBILAR

Uma comissão organizadora foi constituída em maio de 2023 para tratar especificamente das comemorações alusivas ao ano jubilar. Já na primeira reunião, algumas propostas foram definidas, como a criação de uma identidade visual, linha de produtos, hino comemorativo e atividades diversas, conforme segue:

Ao longo do ano jubilar, até o aniversário da igreja em 25 de outubro de 2024, haverá todo dia 25 de cada mês uma missa votiva na igreja São Domingos, com o envolvimento dos agentes de pastorais e lideranças dos movimentos da Paróquia.

As missas votivas também recordarão e serão realizadas em ação de graças a todas as pessoas que foram batizadas ou que contraíram matrimônio na igreja. Cada mês haverá uma homenagem diferente.

Também, durante o ano, estão previstas visitas das escolas municipais, estaduais e particulares na igreja e exposições dos trabalhos escolares alusivos às comemorações do bicentenário.

A Prefeitura Municipal de Torres, por meio do prefeito Carlos Souza, emitirá decreto municipal determinando que todos os documentos oficiais do Município, ao longo do ano jubilar, apresentem a logomarca do bicentenário como forma de homenagem e divulgação das comemorações do bicentenário.

Além disso, na mesma celebração, foi lançada um hino comemorativo composta pelo compositor torrense, Ricardo Pinho, a partir de informações históricas de pesquisa do jornalista e historiador Nelson Adams.

HISTÓRIA DA SÃO DOMINGOS

Única igreja do Litoral Norte tombada como patrimônio histórico do Rio Grande do Sul, desde 1983, a igreja São Domingos das Torres representa o marco inicial urbano de Torres.

A história da edificação faz parte do livro do jornalista e historiador Nelson Adams Filho, intitulado “História Torres – Aspectos – Volume IV”, abordando informações a partir de pesquisa realizada por Adams sobre as pessoas envolvidas na autorização da construção da igreja, assim como quem esteve diretamente envolvido na construção. Localizada no Morro do Farol, seguindo o estilo arquitetônico colonial luso-brasileiro com traço barroco, a igreja foi fundamental para o surgimento do povoado de Torres. Já a sua única torre somente foi erguida em 1898 pelo padre José Lomônaco.

A edificação começa a ser construída em 1820 | Arquivo

O prédio e sua decoração interna têm um estilo eclético, com alguns traços neoclássicos e mesmo neogóticos. Com tamanha relevância não apenas para a cidade de Torres, mas para toda a região litorânea, em 1983 a igreja São Domingos ou a integrar o patrimônio cultural do Estado, através da Portaria de Tombamento n°5/83.

A pesquisa narra também toda a trajetória sobre a agem do bispo dom José Caetano da Silva Coutinho pela região em sua visita pastoral entre 1815/16, data em que a autoriza a construção da Capela das Torres e de outras quinze pelas Capitanias de Santa Catarina e São Pedro.

Nelson conta no livro que durante pesquisa fez uma descoberta: identificou a existência de um cemitério ao lado da igreja, em 1826, onde hoje existe uma propriedade particular. Neste mesmo ano, a capela de São Domingos foi curada, ou seja, recebeu o título oficial dado pela Igreja Católica a uma vila com determinada importância populacional e econômica. Na época, a região tinha cerca de 400 habitantes, segundo registros no diário do bispo dom José Caetano da Silva Coutinho.  

RESTAURAÇÃO

Feita em pedra basáltica, barro e cal, a edificação representa a arquitetura colonial luso-brasileira com trato barroco, mas há inserções posteriores com diferentes linguagens arquitetônicas, de acordo com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (Iphae). Em 2004, foi elaborado o projeto arquitetônico de restauro, assinado pelo arquiteto Edegar Bittencourt da Luz. Em dezembro de 2010, o projeto foi aprovado junto ao PRONAC e, em abril de 2011, junto à LIC-RS. Desde então, uma equipe multidisciplinar liderada pelo bispo da Diocese de Osório, dom Jaime Pedro Kohl, buscou os recursos necessários que viabilizaram as obras.

As colunas de madeiras são originais | Jefferson Botega – Agência RBS

Estas iniciaram em 2011, com recursos do Fundo Nacional de Cultura (FNC) e contrapartida da Prefeitura Municipal de Torres e apoio da comunidade local. Em 2013, o projeto ou a ser financiado pelas leis de incentivo à cultura estadual e nacional, patrocinado por empresas parceiras que seguiram os trabalhos na medida que a captação ia se concretizando.

Após cinco anos de restauração da igreja São Domingos, a sua reinauguração ocorreu no dia 08 de abril de 2017, por meio de ato solene com a presença de autoridades, patrocinadores, convidados e a comunidade torrense.

IDENTIDADE VISUAL

A identidade visual do bicentenário reúne elementos que evocam a arquitetura icônica e que conversam com a história da igreja, mas que não a deixam no ado, explica a proprietária da Cadô Agência de Marketing, Camila Brodowski, agência responsável pela criação.

“O nosso objetivo foi bem preciso desde o início, que era criar algo que remetesse à importância da igreja ao longo dos 200 anos. Adoramos o resultado que, com certeza, mostra toda a relevância cultural que a igreja apresenta para a região”, afirma Camila, parabenizando todo o time que esteve à frente na produção deste projeto, em especial, ao diretor da Cadô, Norman Machado, e a designer gráfico, Juliana Monteiro.

LINHA DE PRESENTES

Uma linha de produtos para presentes e lembranças foi desenvolvida com a identidade visual do bicentenário, como: cuia, caneca, bolsa, adesivo, boné e camiseta. Os itens estão disponíveis para venda na igreja Santa Luzia e na loja da secretaria paroquial, no Centro de Pastoral, Rua Firmino Paim, 400.

LINHA DO TEMPO

  • 1815 – Construção da igreja é autorizada pelo bispo do Rio de Janeiro  
  • 1819 e 1820 – Prisioneiros de guerra participam das obras com pedreiros e mestres carpinteiros  
  • 1824 – Igreja é inaugurada em 25 de outubro 
  • 13 de março de 1826 – Igreja é promovida a Capela curada
  • 18 de abril de 1826 – Início do Livro de Óbitos do Cemitério da Capela 
  • 1827 – Primeiro batismo é realizado  
  • 1837 – Paróquia é criada e a igreja torna-se matriz 
  • 1983 – Construção é tombada como patrimônio histórico e cultural do Estado 
  • 2008 – Defesa Civil interdita a igreja após queda de parte do teto 
  • 2010 – Obras de restauração são iniciadas 
  • 2017 – Igreja é reinaugurada 
  • 2019 – Cemitério é descoberto ao lado da igreja 
  • 2024 – Aniversário de 200 anos da igreja

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