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Comer…comer…

por Nicole Corrêa Roese

Participei, nesta semana, junto com mais algumas pessoas, de uma oficina de PANC. Uma sigla que remete a experiência de alimentar-se com plantas, vegetais, raízes, frutos, flores e outros afins não comuns em nossa culinária. Daí a ideia de Plantas Alimentícias Não Convencionais. Um movimento que vem encontrando adeptos em vários espaços da culinária e também grupos sociais. Porque além de pensar e oferecer uma alimentação saudável propõe uma visão crítica sobre as relações de consumo em torno da produção e distribuição dos alimentos.

Somos sabedores que hábitos alimentares são opções culturais. Remetem a tradições conservadas e reinventadas. No entanto, numa sociedade cada vez mais globalizada, o ato de alimentar-se tende a seguir alguns padrões generalizados e voltados a interesses monopolistas e econômicos. A produção de alimentos no mundo não prioriza a fome que atinge quase 300 milhões de pessoas.

Pensar e apostar em caminhos “não convencionais” torna-se também uma alternativa de enfrentamento. Não porque faltam alimentos, mas porque é possível visualizar saídas por espaços em que as leis do mercado ainda não ditam as regras.

Caminhos novos são sempre desafiadores. Exigem coragem e aprendizado. E é nisto que alguns grupos estão se aventurando.

Além de rever paladares é necessário rever também entendimentos. Compreensões acerca do alimentar-se. Deixa de ser o simples ato de sustentação de um corpo que corre atrás de tarefas. Desprende-se de uma ideia pragmática do comer pelo menor preço e da forma mais rápida. Redefine o espaço e a importância da alimentação como atitude de saúde biopsicosocial.

Além de me aventurar na cozinha, aventurei-me ainda por algumas informações na literatura que aborta questões alimentares. Retomei a obra de um Rabino judeu: “A Dieta do Rabino – a Cabala da Alimentação”. Rebuscando experiências da tradição judaica desde o tempo dos hebreus, o autor destaca a alimentação como uma atitude de recebimento (=cabala), um gesto que nos integra com o universo, a natureza e as outras pessoas num processo de troca. Fala da “consciência da essência energética dos alimentos” como algo que deve ar pelos nossos corpos e não se encerrar neles.

Alimentar-se deveria ser muito mais do que um gesto de sustentar corpos.

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