Maruim

por Nicole Corrêa Roese

A palavra tem origem no vocabulário tupi e significa mosca pequena. Pequeníssima, quase invisível, mas suficiente para provocar um grande estrado em nosso sossego.

Não é novidade. Estes insetos já foram identificados há mais de um século. Hoje classificados numa variedade muito ampla.

O fato é que nossa região a por uma infestação sem precedentes. Já nem comentamos mais os borrachudos ou pernilongos. Mosquito agora é maruim.

Pesquisadores destacam que seu habitat de preferência é o meio rural onde se encontra abundância de material orgânico úmido e em decomposição. Condições que os bananais oferecem com fartura. Uma única fêmea pode depositar centenas de ovos que ali se desenvolvem. O alimento da espécie é a seiva de vegetais. As fêmeas necessitam de sangue humano ou animal para produção e postura dos ovos de reprodução. A hora preferencial para o ataque é o final de tarde. Mas não se importam em “trabalhar” também noutros horários.

Há quem afirme ser manifestação de um desequilíbrio ambiental. E não faltam razões para tanto. O universo tende a se manter em equilíbrio para que a vida aconteça. Neste sentido, é evidente, já numa simples observação, um processo de parceria entre as diferentes espécies. A relação é de colaboração. De forma bastante comum nos servimos do exemplo das abelhas: são fundamentais para a polinização e reprodução da flora.

E o maruim, está colaborando com o quê?

Com o incômodo! Incomodar também é uma forma de colaborar. Incomodar pode ser sinônimo de desacomodar. Tirar de uma situação cômoda.

Pensando em nossa realidade estamos nos acomodando com a ideia de que podemos intervir no ambiente de acordo com nossos interesses, especialmente econômico financeiros. Descobrimos que podemos aumentar significativamente a produção de bananas, o que nos proporciona uma rentabilidade maior. Basta conferir nossos bananais. Estão mais viçosos e em condições de produzir frutos de melhor qualidade. Interessa-nos a produtividade.

O consequente volume de folhagens e troncos, que se transformam em material orgânico, também a a ser farto. E, como vimos, propiciam um ambiente favorável para a reprodução do maruim. No processo natural de uma mata nativa, ele também se reproduziria, mas não com esta abundância.

            O incômodo está aí provocando para não nos acomodarmos.

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