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Mulheres

por Nicole Corrêa Roese

No final de semana pós carnaval, fiquei atento às reações pelo Dia Internacional das Mulheres lembrado no dia 08 de março. No meu entorno e nos grupos pelas redes sociais que acompanho (não são muitos) vi poucas reflexões. Algumas manifestações que não propunham questionamentos ou debates.

Em outros anos, por ser uma temática abordada em componente curricular do ensino médio, buscava com estudantes fundamentos históricos da data assim como elementos que contextualizam as mulheres hoje. Agora, ocupando outra função escolar não acompanhei debates neste espaço.

Fiquei com a impressão de esvaziamento da data ou do sentido da data. Pode ser minha impressão pelo não envolvimento. Espero que seja. Mas, estatísticas que pipocaram na imprensa demonstram dados que assustam. O número de mulheres discriminadas e violentadas é alarmante. Números que demonstram um fenômeno em crescimento. Atos de feminicídio estão aumentando. E cresce também a violência nem sempre mensurável, que não se resume a uma agressão física. Refiro-me ao ato violento do silenciar, não dar voz e visibilidade. Ignorar. Ou então, desmerecer.

Recentemente pipocam também reações a uma fala religiosa destes “oradores da madrugada” vestido com peles franciscanas, insistindo no papel subsidiário das mulheres. Repetindo uma interpretação medieval de mulheres como “auxiliares” dos homens.  Forja uma leitura totalmente descontextualizada. Primeiro, porque é machista a ideia de um Deus criador que faz da mulher apenas um complemento de homens. Não condiz com a realidade da maioria dos crentes em templos bíblicos. Da mesma forma, a pele franciscana não é coerente com o personagem histórico Francisco de Assis e suas práticas solidárias num tempo e espaços marcados pelas discriminações. Há reações, manifestação de indignação. Mas maiores são os silêncios de quem se dobra a tal visão.

Por estas e outras que se faz pertinente resgatar datas que marcam a trajetória da humanidade como aprendizado. Há questões que ainda não conseguimos apreender e entender. Mas há questões que já deixaram seu recado na história e que não podem ser negligenciadas. Não podemos retroceder quando o ensinamento qualifica a vida em sociedade. Podemos revisar conceitos, mas não negar aprendizados.

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