A semana iniciou com manchetes internacionais sobre o Papa Francisco. Inicialmente, a informação dava conta de um quadro de saúde “complexo”. Depois amenizado com a ideia de uma situação “estabilizada”. Mais adiante, a confirmação de uma pneumonia em ambos os pulmões.
Estamos nos referindo a uma pessoa. Não um super-homem e muito menos um semi-deus. Uma pessoa com 88 anos, já para além da expectativa média de vida. Então não é estranho que se fale da fragilidade em termos de saúde. Mais ainda se olharmos para o histórico de intervenções que já aconteceram em sua vida.
No entanto, algo diferenciado paira no ar. Não estamos simplesmente falando de Jorge Mário Bergoglio. Nossas atenções se voltam para o Papa Francisco. Alguém que vem fazendo diferença por suas ideias surpreendentes e provocativas, especialmente em relação a questões internas da própria Igreja Católica Romana. E também pelo papel de liderança diante de questões que nos angustiam enquanto humanidade. Aliás, um símbolo humanitário para o planeta e, porque não, para o universo. Símbolo representado pela imagem de seu corpo humano.
A fragilidade de sua saúde não representa a fragilidade de suas ideias. Talvez o contrário. As limitações de seu corpo invocam a grandeza de sua representação enquanto pessoa e enquanto pensamento.
Há uma mobilização global com preces pela sua recuperação. Mas também não é estranho que se iniciem especulações em torno de sua sucessão. Os bastidores se agitam: quem seria seu sucessor? Alguém na mesma linha de pensamento? Alguém com princípios divergentes? Alguém mais moderado?
A Igreja Católica Romana preserva a tradição de depositar sua confiança na ação do Espírito Santo que age como o vento que “sopra onde quer”, a gente ouve o ruído, “mas não sabe de onde vem nem para onde vai” (Cf João 3,8).
O fato é que os ventos vem soprando uma brisa leve e carinhosa pela presença do Papa Francisco em tempos onde ondas de calor ou frio extremos ameaçam sufocar a humanidade com iniciativas de ódio, exclusão e morte. A prece pela sua recuperação é também uma manifestação de esperança numa sociedade mais fraterna, capaz de romper com vaidades que se autodeclaram detentoras de uma única verdade a ser imposta.
Uno-me em preces pelo Papa Francisco.