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Perigos geológicos em pontos turísticos de Torres demandam atenção do poder público, aponta estudo do SGB

por Melissa Maciel
O especialista reforçou a importância de informar a população sobre os perigos e de que o poder público tome providências urgentes | Foto: Léo Selau

Um estudo realizado pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB) revelou a existência de perigos geológicos em pontos turísticos do município de Torres. O levantamento, solicitado pela secretaria municipal de Turismo Torres, em 2023, analisou o Parque Estadual José Lutzenberger, conhecido como Parque da Guarita e o Caminho da Santinha, extensão do calçadão da Praia da Cal, identificando áreas com grau de perigo classificado como “alto” e “muito alto”.

Segundo o geólogo Lenilson de Queiroz, durante entrevista na manhã de terça-feira (28), na Rádio Maristela, o estudo foi motivado por tragédias anteriores, como o desabamento de rochas em Capitólio (MG), em 2022, e busca prevenir acidentes em áreas de grande visitação turística.

“Após o que aconteceu em Capitólio, percebemos a necessidade de mapear outros lugares no Brasil, especialmente em áreas turísticas que ainda não tinham esse tipo de levantamento”, explicou Queiroz.

No Parque da Guarita, foram destacados sete locais específicos de maior risco, incluindo a Torre Sul, Torre da Guarita (Sentinela) e a Furna do Diamante. Entre os processos geológicos apontados no relatório estão o tombamento de colunas rochosas, queda livre de blocos, deslizamento planar e rastejo. Áreas como a Torre da Guarita e a Torre do Farol foram classificadas com grau de perigo “muito alto”, indicando riscos iminentes que demandam intervenção.

INTERVENÇÕES

O geólogo destacou a relevância de medidas preventivas para assegurar a segurança de turistas e moradores. Ele explicou que o estudo apresentado é preliminar e que, para uma análise mais detalhada, é indispensável o poder público contratar uma empresa especializada ou solicitar ao SGB um levantamento mais aprofundado.

Essa etapa adicional permitiria identificar as intervenções mais adequadas para cada ponto de risco. Entre as principais recomendações do estudo preliminar já seria a remoção de uma laje de concreto armado deteriorada localizada na face leste da Torre da Guarita, que apresenta risco iminente de colapso.

O especialista reforçou ainda a importância de informar a população sobre os perigos e de que o poder público tome providências urgentes para mitigar os riscos identificados.

“Esses blocos podem se deslocar a qualquer momento, mas não há como prever quando isso ocorrerá. Pode ser hoje, como pode ser daqui 100 anos. Por isso, enquanto nada acontece, é essencial realizar um mapeamento detalhado e implementar medidas de engenharia, como escoramento ou remoção de blocos”, afirmou Queiroz.

Em nota, a Prefeitura de Torres, junto com as Secretarias de Turismo, Meio Ambiente e Urbanismo e o Geoparque Caminho dos Cânions do Sul, informa que já segue as diretrizes do relatório do Serviço Geológico do Brasil (SGB) sobre o Parque Estadual José Lutzenberger – Parque da Guarita. A equipe de Geologia realiza monitoramento das áreas de risco e está ampliando a sinalização e a orientação aos turistas. Além disso, promove educação ambiental com trilhas guiadas. A Prefeitura também buscará orientação do SGB para remover a laje de concreto com segurança, evitando danos ambientais e riscos geológicos.

O estudo, concluído em setembro de 2023 e publicado em 2024, integra o projeto “Avaliações Geotécnicas em Atrativos Geoturísticos” do SGB, que visa mapear riscos em áreas turísticas de todo o Brasil. Iniciativas semelhantes já foram realizadas em estados como Alagoas, Amazonas e Bahia, em resposta ao crescente alerta sobre segurança em regiões de interesse turístico.

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