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Que os sinais nos façam esperançar

por Nicole Corrêa Roese

Neste clima de confraternização e festas é comum que se ampliem as rodas de conversas. Nos grupos com quem busco trocar ideias de forma não virtual, tenho acompanhado com frequência manifestações de angústia com o que está acontecendo, Há quem diga que estamos cercados por “sinais” prenunciando algo pior. Pior porque os sinais referidos já são ruins.

Nesses últimos dias quando nossa atenção é para a solidariedade, amizade e gestos de amor, temos assistido alguns dramas que sacodem a sociedade mais próxima. Retomo três situações: o acidente de ônibus que vitimou mais de quarenta pessoas que se deslocavam para encontrar as famílias em clima de final de ano. A maior parte delas queimadas. E um detalhe: mais da metade com sobrenome Silva ou Santos. Um segundo impacto veio do acidente de avião na glamourosa cidade de Gramado, vitimando dez pessoas também queimadas. Estas com sobrenome de origem europeia. E uma terceira situação, mais próxima a nós, levando à óbito três pessoas de uma mesma família com suspeita de intoxicação alimentar ou até envenenamento após partilharem um bolo.

Esses acontecimentos impressionam e até assustam. Mais ainda quando somados num tempo em que as marcas deveriam ser de esperança.

Há quem diga que estaríamos próximos ao “fim do mundo”. E então pergunto: e o que é o mundo?

Na condição de humanos somos arrogantes ao ponto de imaginar que as desgraças que provocamos e sentimos na pele são desgraças para o mundo. Ou não seríamos nós, a partir de nossas decisões, uma desgraça para o mundo que é algo muito maior e para além de nós?

Não, não podemos deixar de experimentar e viver a esperança. Mesmo que algumas tragédias nos assustem. Isso sim seria o fim do mundo: abandonar as esperanças.

Ano Novo é tempo de esperança. Ou, como diria o grande pedagogo  Paulo Freire, tempo de esperançar.

Esperançar é verbo. Impõe ação.

E o esperançar precisa deste clima de festas. É na festa que rompemos com o cotidiano fatídico. Exercitamos a felicidade das trocas. Ensaiamos o que ainda pode ser melhor.

Boas Festas.

Bora esperançar!

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