Após inúmeras reuniões, Governo do Estado ou a outorga do aeroporto torrense para a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (INFRAERO)

O aeroporto regional de Torres foi construído e aberto em 1998 com o propósito de servir essencialmente aos turistas argentinos e voos charter, o que de fato não aconteceu. Desde então se tem o sonho de ver a estrutura torrense recebendo voos comerciais e colaborando para que cada vez mais a região seja visitada.
Com as enchentes de maio e junho, que invadiram também o aeroporto Internacional Salgado Filho, deixando o espaço completamente inoperante até outubro, as esperanças de receber voos comercias voltaram a reacender no Litoral Norte. Servir de apoio ao Salgado Filho seria a grande chance de fazer o aeroporto de Torres operar voos comercias.
Lideranças da região se uniram e iniciaram o movimento em prol do aeroporto torrense, que até então era de responsabilidade do Estado. Na última semana foi oficializado a agem da outorga para a União e consequentemente para a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (INFRAERO), que promete iniciar a operação em até 15 dias após receber o documento.
MELHORIAS
Em visita ao aeroporto de Torres no dia 28 de junho, o governador Eduardo Leite anunciou investimentos na casa dos R$ 9 milhões. Este investimento abrange uma série de melhorias essenciais para garantir a operação eficiente e segura do terminal aéreo.
Atualmente, estão em andamento obras de recuperação do telhado do terminal e do cercamento do aeroporto, com um custo de 2 milhões de reais. Adicionalmente, foi autorizada a contratação do sistema PAPI, um avançado sistema de iluminação que assegura a aproximação precisa das aeronaves durante pousos e decolagens. Também será instalada uma nova estação meteorológica, totalizando um investimento de 1,5 milhão de reais.
O governo também iniciou processos para a aquisição de mobiliário e outros equipamentos necessários, com um valor previsto de 400 mil reais. Além disso, estima-se que serão investidos cerca de 5 milhões de reais por ano para a operação do aeroporto, incluindo a contratação de um operador, serviços de bombeiros, e demais serviços aeródromos necessários para o pleno funcionamento do local.
O Presidente do Fórum Empresarial de Torres, Eraclides Maggi, disse que o processo anda muito bem e relatou dos próximos os do processo.
“As podas das árvores nas laterais e nas cabeceiras do aeroporto começaram na terça-feira (16). Entre a quinta-feira (18) e a sexta-feira (19), estão chegando luminárias que vão ser substituídas, as iluminações de pistas de estacionamento. Estamos com o mês de julho com muitas obras, o que deve se repetir em agosto e setembro. Os equipamentos estão chegando, após a iluminação, vai chegar também aparelhos de raio-x e algumas adequações serão feitas no terminal. Inicialmente vamos operar aviões, aeronaves, ATR com até 72 assentos”, relata Maggi.

PROCESSO
O movimento pelo Aeroporto Regional de Torres foi desencadeado pelo Fórum Empresarial de Torres em parceria com o SINSUCON RS – Secional Litoral, que buscou apoio na Associação dos Municípios do Litoral Norte (Amlinorte) para que a estrutura seja uma alternativa ao Aeroporto Internacional Salgado Filho de Porto Alegre, que segue interditado devido as enchentes no Estado e deve voltar a operar alguns voos somente em outubro.
A reunião teve grande participação de Lideranças Empresariais e Políticas, tanto regional, quanto do Estado.
Em primeiro de junho o Ministro de Estado da Secretaria Extraordinária da Presidência da República para Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta, esteve em Torres, reunido com lideranças do Litoral Norte.
Após a comitiva do Ministro ser recepcionada, todos foram até a área de estacionamento das aeronaves, de onde se tem a visão da pista de decolagem. Logo em seguida iniciou-se a apresentação das estruturas e capacidades instaladas, dentre vários equipamentos disponíveis, bem como os instrumentos que serão necessários para que a operação possa ser tecnicamente liberada e autorizada pelos órgãos de regulação.
Durante a reunião foi citado por empresários que o Aeroporto de Torres tem uma pista 300 metros maior do que a do Aeroporto Santos Dumont, do Rio de Janeiro, e que aqui, também, não temos o problema com neblina, que Caxias enfrenta, por exemplo. Na oportunidade, Pimenta disse que o Aeroporto Regional deveria ser chamado de Aeroporto do Litoral Norte. Novas reuniões deverão ocorrer para tratar do assunto e outras autoridades de Brasília virão a Torres conhecer o aeroporto local. A vinda do Ministro criou expectativas entre lideranças presentes, visto que o tempo de espera, talvez até dezembro deste ano e os custos altos pra recuperar o Salgado Filho, possam justificar os investimentos necessários para o Aeroporto Regional de Torres funcionar muito em breve.
Em sua fala, Pimenta salientou o potencial da região e colocará uma pessoa para cuidar deste tema a partir da segunda-feira (03).
“Fiquei impressionado com o que vi aqui hoje. Vocês (lideranças da região) estão unidos em prol desta causa e a região tem um grande potencial, principalmente o turístico. Com o porto, que é outro grande empreendimento que vai atender a região, este aeroporto que não devemos mais chamar de aeroporto de Torres e sim de aeroporto do Litoral Norte e eu me comprometo em estar empenhado junto com vocês. Já na segunda-feira vamos colocar uma pessoa para cuidar deste assunto”, disse Pimenta.
No momento desta fala, o ministro foi aplaudido por quem acompanhava a entrevista coletiva no saguão do aeroporto.
HISTÓRIA
De acordo com o governo do Estado, O Aeroporto Regional de Torres, localizado no Município de mesmo nome, possui pista pavimentada de 1507 x 30m, com capacidade de e para aeronaves jato Boeing 737-500 e A319. O pátio de estacionamento de aeronaves tem área de 9600 m2 e capacidade de estacionamento de 2 aeronaves código 3C (B737-500).

O aeroporto foi construído e aberto ao tráfego em 1998 com o propósito de servir essencialmente aos turistas argentinos e voos charter, o que efetivamente, nunca aconteceu, apesar da região ser um dos destinos preferidos. Em 2011, instalou-se no local a Realizar Escola de Aviação Civil.
Entre dezembro de 2020 e janeiro de 2021, o aeroporto chegou a receber voos da Azul Conecta, operando com aeronave Cessna 208 – Caravan, com capacidade de 9 ageiros.
A infraestrutura tem operação visual (VFR) Diurna e Noturna.
EXPECTATIVA
Após todo o processo que as lideranças da região enfrentaram e as obras que estão acontecendo e ainda irão ocorrer na estrutura, em no máximo três meses o aeroporto de Torres deve estar operando voos comerciais e o sonho de ver aviões decolando e pousando próximo ao mar, deverão sair do papel.