A cidade mais procurada por turistas no Litoral Norte gaúcho, ou por inúmeras transformações ao longo da sua história
O município de Torres completa 146 anos na próxima terça-feira (21). “A mais bela praia do Rio Grande do Sul”, como é conhecida, se destaca por ser a única praia do Estado em que sobressaem paredões rochosos à beira-mar, e por ter à sua frente a única ilha marítima do estado, a Ilha dos Lobos. Hoje, Torres é reconhecida, também, como a “Capital Nacional do Balonismo”.

De acordo com estudos, a área onde hoje se encontra a cidade tem sido habitada pelo homem há milhares de anos, existindo testemunhos físicos na forma de sambaquis e outros achados arqueológicos. No século XVII, durante a colonização do Brasil pelos portugueses, por estar encravado em um estreitamento da planície costeira sulina, o local ou a se constituir rota de agem obrigatória para os tropeiros e outros desbravadores e aventureiros luso-brasileiros vindos do norte pelo litoral, a única outra agem que havia então era por cima do planalto de Vacaria, e que buscavam os rebanhos livres de gado que se multiplicavam no pampa mais ao sul e caçavam os indígenas para fazê-los escravos. Muitos acabaram por se fixar na região e se tornaram estancieiros e pequenos agricultores. E por dispor de morros junto à praia, logo foi reconhecido seu valor estratégico como ponto de observação e controle de agem, de importância militar e política no processo de expansão do território português sobre o espanhol. Foi fundada ali na última quadra do século XVIII uma fortificação, que entretanto logo foi desmantelada quando a conquista se efetivou.
A construção da Igreja de São Domingos no início do século XIX atraiu para seu entorno muitos dos residentes dispersos na região, estruturando-se desta forma um povoado. Conforme o portal oficial do município, a Igreja Matriz de São Domingos, que também é conhecida como Igreja Matriz de São Domingos das Torres, em referência a São Domingos, invocado quando da criação da capela, e às formações geológicas junto ao mar (falésias) denominadas de “Torres” em documentos da istração colonial e imperial. Foi construída a partir de 1819 e inaugurada em 25 de outubro de 1824. Construída na Torre Norte (Morro do Farol), a igreja é um dos marcos do desenvolvimento da povoação.
A partir de 1950 o progresso chegou ainda mais à região, com a melhoria das estradas e a facilidade de o. As décadas seguintes só viram a confirmação de Torres como cidade turística de economia sazonal, ao mesmo tempo em que seus distritos iniciavam a se tornar mais dinâmicos, organizando-se em núcleos urbanos mais ou menos autossuficientes. Essa tendência acabou por levar diversos deles à emancipação. Em 1988 separaram-se Três Cachoeiras e Arroio do Sal; em 1992, Três Forquilhas e Morrinhos do Sul.
Em 1989 os balões começaram a ganhar destaque na cidade, com um evento exclusivo para a categoria, a partir de uma ideia do Sindicato dos Hoteleiros da cidade em parceria com outros empresários locais. O objetivo deles era trazer um evento novo, que movimentasse a economia local. Na época, o único festival que acontecia na região era a Febanana, evento agrícola que teve duas edições em Torres, mas que não teve continuidade. O primeiro evento de balonismo foi um sucesso, apesar do mau tempo. O 1º Festival Sul brasileiro de Balonismo, ocorreu entre os dias 7 e 9 de outubro daquele ano e contou com a participação de 10 balões. A segunda foi o nome do festival, que acabou ficando mais objetivo e se tornou apenas “Festival de Balonismo”.
Hoje a cidade é uma das cidades mais procuradas durante a temporada de verão, recebendo milhares de pessoas durante o período. Conforme o último senso, divulgado em 2022, o município tem 41.751 habitantes.
E como diz o hino da cidade, “Torres. Tu és, cidade – menina, A mais formosa praia sulina…. Tu és vida, luz e calor, Tu és um poema de amor. Entre as praias gaúchas, Tu és a mais bela; És uma linda aquarela. De cor e de poesia… És magistral sinfonia. O teu mar de verdes águas, Batendo contra os rochedos, Vai cavando entre penedos, Tuas furnas deslumbrantes… O Mampituba sereno, A Torre Sul e a Guarita, O Farol e a Torre Norte, A Igrejinha tão bonita…”