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Torres sob a ótica de seus veranistas

por Melissa Maciel

Entre belezas naturais ímpares e desafios urbanos, Torres é vista pelos veranistas como um destino singular no Litoral Norte gaúcho.

No limiar do verão de 2024, quando os raios solares anunciam o início da estação em 21 de dezembro, Torres se prepara para receber uma maré de visitantes ávidos por desfrutar das praias e do clima envolvente. O Governo do Estado já deu o pontapé inicial para a temporada 2023/2024 durante uma cerimônia realizada em Imbé, em 16 de dezembro. À medida que nos aproximamos das festas de final de ano, a cidade se agita para a chegada de aproximadamente 1 milhão de pessoas, especialmente na festa da virada nas areias da Praia Grande no réveillon. A istração local redobra os esforços, aprimorando a infraestrutura, instalando quiosques, erguendo guaritas para os salva-vidas e realizando obras para proporcionar uma recepção acolhedora aos veranistas.

Praias centrais

À beira da Praia Grande, uma cena encantadora se desenrola: um casal, Azildo Bristot, eletricitário e radialista aposentado, e Rosali Sachet, professora aposentada, contemplam a vastidão do oceano, sentados no banco do mirante do Bar Abrigo. Com mais de três décadas de veraneio em Torres, Azildo testemunhou a transformação da cidade ao longo dos anos. Embora tenha explorado outras praias, é em Torres que seu coração sempre retorna. Ele expressa surpresa a cada visita com o notável crescimento urbano da cidade, especialmente as novas construções que refletem os esforços da gestão municipal na área central. Azildo espera ansiosamente pelas melhorias ao longo do Rio Mampituba, antevendo a inauguração iminente da Orla Gastronômica.

“É incrível ver as ruas sendo limpas e bem cuidadas, e o calçadão em excelente estado. A cidade ou por muitas melhorias. Estivemos em Florianópolis, mas, devido ao trânsito intenso, preferimos retornar a Torres, que é mais ível vindo de Caxias”, compartilha Azildo, revelando a razão por trás da preferência do casal.

Os aposentados de Caxias do Sul escolhem Torres pela proximidade da sua cidade natal | Melissa Maciel

Enquanto isso, a poucos metros dali, a família de Moacir Devens desfruta do gramado entre a Praia Grande e a Prainha para um momento relaxante à beira-mar. Há quatro anos morando no litoral, escolheram residir em o de Torres/SC, mas é à beira-mar de Torres que encontram a paz desejada. Moacir, entusiasta do ciclismo, explora a região e observa a realidade local nos bairros periféricos como Guarita e Jardim Eldorado (Curtume). Ele ressalta a necessidade urgente de atenção do poder público nessas áreas em crescimento, apontando para uma infraestrutura que não acompanha o ritmo do desenvolvimento urbano.



Balneários ao Sul de Torres

Dentro deste cenário, veranistas enfatizam a necessidade de atenção para áreas específicas de Torres, como as praias do Sul, incluindo Itapeva (Norte e Sul), Praia Recreio, Praia Paraíso, Praia Gaúcha, Praia Tupinambá, entre outras. Os visitantes que frequentam essas áreas normalmente vêm do interior do RS e região metropolitana. Tiarles Oliveira e Maria Luiza Bairros, um jovem casal acompanhado por seu bebê de 8 meses, veem de Palmeiras das Missões, a cerca de 700km de Torres, e escolhem a mais bela praia gaúcha pelo terceiro ano consecutivo para suas férias. Este ano, optaram por uma praia mais tranquila.

O casal de Palmeira das Missões veraneia em Torres pelo terceiro ano consecutivo | Melissa Maciel

“Exploramos o centro, que é lindo, mas aqui em Itapeva também é um encanto, além de ser mais tranquilo. Nas praias centrais de Torres, o estacionamento é um desafio, e com um bebê e todas as nossas coisas, preferimos a calma de Itapeva”, compartilha Tiarles. Maria Luiza concorda, apontando para a necessidade de mais infraestrutura, como restaurantes, quiosques e comércio, mas ressalta o enorme potencial da região para aqueles que buscam lugares mais serenos.

Em meio a essa atmosfera, encontramos outra família, antes veranistas de Porto Alegre, que há 16 anos se tornaram residentes de Torres. O casal Jorge Haeser e Lisiane Daudt, empresários no ramo de estacionamento privado, juntamente com seu filho Gabriel, agora chamam esta cidade de lar. Preferem as praias do Sul de Torres para relaxar, deixando a agitação da região central em busca de momentos de tranquilidade.

“Quando éramos veranistas, frequentávamos esta praia, mas naquela época o o era difícil, uma estrada de terra esburacada. Agora, está totalmente pavimentada até a orla. Além disso, quiosques e chuveirinhos da Corsan não eram vistos anos atrás. São melhorias significativas para os veranistas”, destaca Lisiane, expressando a gratidão pelas mudanças positivas na região.

Esse mosaico de experiências revela não apenas as nuances do encanto de Torres sob a ótica dos veranistas, mas também aponta para desafios e áreas de oportunidade que a cidade enfrenta à medida que se transforma em um destino cada vez mais procurado pelos que buscam a serenidade das praias ao Sul do município.

Adilson da Silveira, nascido e criado na Itapeva, traz à tona suas observações sobre o desenvolvimento da região sul de Torres. Reconhece os esforços realizados até o momento, mas ressalta que o verdadeiro progresso só virá quando a istração municipal investir de maneira substancial na pavimentação das praias.

“É uma questão de investimento no turismo. Aqui, às vezes, nos sentimos um pouco esquecidos. Do trecho da Itapeva Norte até a Praia Paraíso, o município arrecada cerca de R$ 6 milhões ao ano, porém, menos de R$ 500 mil são investidos de volta. Pagamos impostos e não vemos retorno”, declara Adilson.

Para ele, é uma prioridade a pavimentação das ruas e a criação de uma avenida beira-mar com estacionamento oblíquo, cobrindo toda a extensão das praias, aproximadamente 8 km. “Isso traria uma melhoria significativa na qualidade de vida para quem escolhe essas praias, além de fomentar o desenvolvimento do turismo em Torres. É fundamental acreditar no potencial que possuímos no Sul de Torres”, enfatiza Adilson.

Além das melhorias na infraestrutura, ele destaca a necessidade de investimento em outras áreas que devem acompanhar a promoção do turismo, como a educação ambiental, preservação da orla e a implementação de um eficiente sistema de recolhimento de lixo.

“O verão mal começou e, com o o principal pavimentado até a beira-mar, já vemos um aumento significativo no movimento. Famílias de municípios vizinhos estão buscando nossas praias para ar o dia ou o final de semana, mas o município precisa investir em lixeiras, sinalizações alertando sobre a preservação ambiental e o cuidado com o lixo. Ao final de cada dia, acabo dedicando tempo para limpar o lixo que deixam na beira da praia, pois o local fica imundo”, alerta Adilson, ressaltando a necessidade urgente de ações nessa direção.

Em um mosaico de perspectivas, os veranistas compartilham suas experiências e visões sobre Torres durante a temporada de verão. Das amplas melhorias na infraestrutura às necessidades não atendidas, cada voz ecoa desejos e expectativas para um desenvolvimento mais equitativo e próspero, especialmente no sul da cidade.

A busca por um equilíbrio entre a preservação da beleza natural e o aprimoramento da infraestrutura revela um ponto comum: a importância de investimentos estratégicos para viabilizar não apenas o crescimento do turismo, mas também o bem-estar dos que escolhem as praias de Torres como destino. Com demandas que incluem desde pavimentação até educação ambiental, a jornada de Torres rumo ao aprimoramento turístico é um convite ao diálogo e à ação, visando a um futuro onde a cidade brilhe em todos os seus recantos, acolhendo aqueles que a visitam com hospitalidade e conforto.

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